Porto

Porto
"Quem vem e atravessa o rio, junto à Serra do Pilar, vê um velho casario que se estende até ao mar. Quem te vê ao vir da ponte és cascata sanjoanina erigida sobre um monte, no meio da neblina, por ruelas e calçadas, da Ribeira até à Foz, por pedras sujas e gastas e lampiões tristes e sós. Esse teu ar grave e sério dum rosto de cantaria que nos oculta o mistério dessa luz bela e sombria. Ver-te assim abandonado nesse timbre pardacento, nesse teu jeito fechado de quem mói um sentimento... e é sempre a primeira vez, em cada regresso a casa, rever-te nessa altivez de milhafre ferido na asa." - Carlos Tê

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Encontrei o vídeo ideal para regressar ao meu blogue. Escrever? Não... ainda é cedo, para já. Mas prometo que volto, ainda estou a fazer por isso.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Manifestação Geração à Rasca

IN JN

Fiquei francamente orgulhosa e até um pouco comovida com a iniciativa do meu povo, ao juntar-se em várias cidades do país para protestar contra a precariedade a que nos sujeitam, a corrupção que nos passa mesmo debaixo dos nosso narizes, o oportunismo e falta de carácter de uma classe que se auto intitula de classe política, o fosso que existe entre uns e outros, já não sei de pobres e ricos, a ignorância, a estupidez, a falta de carácter, de cultura, à roubalheira escandalosa, o cinismo e hipocrisia, and so on...
E este orgulho e comoção foram também devidos à forma ordeira e alegre com que todos sairam à rua e lá permaneceram por várias horas, entre jovens e velhos, todos com o mesmo propósito. Que grande lição demos nós ontem! Apesar de acreditar que somos uma sociedade civilizada, acho que muito deste mérito se deve ao facto de Os Homens da Luta proclamarem isso mesmo, a luta com alegria e sem vilolência. Mais uma vez lhes presto aqui a minha homenagem, pois acho que merecem.
Reparei no facto de termos visto poucos políticos envolvidos na manifestação. Ainda bem que assim foi, uma vez que se tratava de uma manifestação apartidária. Mas mesmo que houvesse a tentativa de algum se apoderar da iniciativa julgo que não passaria disso mesmo, uma vã tentativa, e é de notar o fosso bem visível e sentido que existe entre a classe política e a sociedade.
Por fim quero dizer que gosto disto. Gosto do inconformismo, da iniciativa e da diferença. Alimenta-me e faz-me sentir bem, viva! Parabéns a todos.

domingo, 13 de março de 2011

Homens da Luta Festival RTP - Com letra



Há já alguns dias que andava para comentar a vitória dos Homens da Luta no Festival da Canção. Gostei... aliás, gostei muito. Não estive em Portugal nesse fim de semana, nem tão pouco sabia que ia acontecer o Festival, mas caso contrário teria votado neles sim senhor!
A verdade é que nunca tivémos grandes prestações na Eurovisão, inclusive houve músicas, e para quem percebe sabe-o bem, que foram uma autêntica palhaçada, em termos técnicos, interpretativos, etc... Fizeram-se piadas atrás de piadas com as nossas tristes actuações, chegámos ao ponto de inúmeras pessoas, tal como eu, darem tanta importância ao evento que nem sequer sabíamos que iria acontecer no passado fim de semana e agora revoltam-se e de que maneira com a vitória daqueles que, em termos musicais não fazem mais mas também não menos que os outros? E uma coisa é certa, levam a luta e a alegria a quem tiver a abertura de espírito para os entender como fenómeno social que já o são. Reparem, os Homens da Luta só existem porque existe a injustiça e a falsidade, e só persistem porque existe a intolerância. Sinceramente... acho que vale a pena pensar nisto!
Àqueles que os criticam e até lhes viram as costas... tenham vergonha e deixem-se de falsos moralismos!!! Ouçam com atenção o que dizem, o que cantam e as entrevistas que dão. Eles não são estúpidos e arriscaria até dizer que estúpido é aquele que teima em não os perceber. Sabem bem do que falam e não dizem mentiras.
Parabéns aos Homens da Luta!

terça-feira, 8 de março de 2011

Arctic Monkeys- Diamonds are forever (studio version)



Para os meus diamantes...

Fim de semana em Madrid com as Amigas

Fantástico quando julgas que nada mais pode haver, criar-se ou até mesmo experimentar-se numa amizade que dura há já 16 anos... Ele há monentos assim...


































The Mars Volta - Conjugal Burns

EU GOSTO DE SER MULHER!

Estou aqui e não pretendo servir de exemplo para nada nem para ninguém. Sou uma Mulher Imperfeita!
Uma imperfeita que faz de tudo o que precisa fazer, da melhor forma que sabe ou que acha que o é, mulher, filha, irmã, namorada, amiga, profissional.
Tento estar sempre presente na vida dos que mais amo, quer estejam felizes, quer estejam tristes, mas por vezes lá falho algo. Tento estar atenta, mas a distração já me é inata. Tento levar a minha saúde a sério, mas às vezes é mesmo preciso brincar. Trabalho todos os dias e adoro a minha independendência. Gosto de cuidar de mim, da minha casa e dos outros...
Mas por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisas que, confesso que me fazem sentir bem, respeitada: dizer NÃO e não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Não quero, nem tenho pretensões a ser modelo seja para quem for, já o disse. Sou humana e quero ser respeitada por isso. Com grandes feitos e tremendas fraquezas, tal e qual todos os outros.
Gosto de olhar para o espelho e apreciar o que vejo, ainda que com orelhas grandes, dentes à coelho e nariz torto.
Com tudo isto que aqui confesso acho que posso afirmar que sou, humilde, mas orgulhosamente MULHER.

E já agora deixem-me dizer-lhes outro segredo. Eu sou feliz e a razão desta felicidade também é ter na minha vida outras mulheres que tal como eu não são perfeitas e sabendo que não o são estão comigo, respeitam-me e gostam de mim.
Por último também gostava de apelar à coragem e tenacidade femininas para lutarem pelo que sabem que merecem, pelos momentos execpcionais que acontecem nas nossas vidas, por tempo, tempo para nós, nem que seja para nada fazer. Tempo para fugir com o amor da nossa vida, por um dia, dois, três, cinco dias que sejam! A nossa existência não é contabilizada por um relógio de picar o ponto, mas sim pela forma como vivemos e estamos no mundo, uns para os outros.

John Lennon - Woman



A todas as mulheres da minha vida e em especial à minha mami! Obrigada pelo amor, carinho, apoio, e até mesmo pelos raspanetes, obrigada por estarem sempre lá!

MULHER

"O homem é a mais elevada das criaturas. A mulher o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o homem um trono, para a mulher um altar.
O trono exalta; o altar santifica.
O homem é o cérebro; a mulher o coração.
O cérebro produz luz; o coração o amor.
A luz fecunda. O amor ressuscita.
O homem é um gênio; a mulher um anjo.
O gênio é imensurável; o anjo indefinível.
A aspiração do homem é a suprema glória; a aspiração da mulher a virtude extrema. A glória traduz grandeza; a virtude traduz divindade. O homem tem a supremacia; a mulher a preferência. A supremacia representa força; a preferência o direito.
O homem é forte pela razão; a mulher invencível pela lágrima. A razão convence; a lágrima comove.
O homem é capaz de todos os heroísmos; a mulher de todos os martírios. O heroísmo enobrece; o martírio sublima.
O homem é o código; a mulher o evangelho. O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.
O homem é um templo; a mulher um sacrário. Ante o templo, nós nos descobrimos; ante o sacrário, ajoelhamo-nos.
O homem pensa; a mulher sonha. Pensar é ter cérebro; sonhar é ter na fronte uma auréola.
O homem é um oceano; a mulher um lago. O oceano tem pérola que o embeleza; o lago tem a poesia que o deslumbra.
O homem é uma águia que voa; a mulher um rouxinol que canta. Voar é dominar os espaços; cantar é conquistar a alma.
O homem tem um farol: a consciência. A mulher tem uma estrela: a esperança. O farol guia e a esperança salva.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra. A mulher onde começa o Céu."

Vítor Hugo

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Pequenos gestos

É um lugar comum, mas é um lugar comum delicioso. Os pequenos gestos que nos enchem de uma sensação quente e forte, nos tornam gigantes num mundo por si só já grande, nos adormecem e excitam simultâneamente. Pequenos gestos como um telefonema quando pensas que é impossível, um "gosto de ti" quando não estás à espera, um carinho quando não tens coragem de reclamar, um "não chores mais" quando o fazes em silêncio... "simplesmente amor."
Não sei nada da alma dos outros, mas sei que há almas em que vale a pena confiar... e cuidar. E sei, sinto que a minha alma cresce quando tudo isto acontece.

"Certas palavras podem dizer muitas coisas;
Certos olhares podem valer mais do que mil palavras;
Certos momentos nos fazem esquecer que existe um mundo lá fora;
Certos gestos, parecem sinais guiando-nos pelo caminho;
Certos toques parecem estremecer todo nosso coração;
Certos detalhes nos dão certeza de que existem pessoas especiais,
Assim como você que deixarão belas lembranças para todo o sempre."
Vinicius de Moraes

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A THING CALLED LOVE by JOHNNY CASH

Houve a noite, houve o mar e houve o desejo...
Sem que esperasse, ele beijou-a. Ela não resistiu, entregou-se ali, logo de imediato. O olhar malicioso dela foi para ele como que um convite. Ela com a sua inocência de menina já crescida, só pôde sentir o desejo. Ele com a sua maturidade, só soube sentir a ânsia inocente de outros tempos. Que desatino! 
Levou-a para o quarto e ali, ele despiu-a, ela despiu-o e entregaram-se como nunca antes o tinham feito. Naquele momento ela desejou pertencer-lhe, fazer das suas vontades uma ordem, agradá-lo, presenteá-lo, obedecer-lhe. Encaixaram-se na extravagância dos movimentos e na simplicidade do toque, do olhar. Envolveram-se em fervor. Ele suscitou nela gemidos, despertou todos os seus sentidos.
E naquela noite foram um só, deixaram o Homem possuir a Mulher, a Mulher sentir o Homem... Soltaram fantasias. Os sentidos tornaram-se matéria-prima que os outros nunca saberão adivinhar. A emoção foram um e outro. Eles amaram-se e compreenderam-se. Ele será eterno dentro dela.
E não foi possível dar um nome àquele instante, àquela noite e ao que aconteceu durante... talvez tenha sido a explicação da vida.
Falo mais nela do que nele, pois consegui ver a alegria do viver e a tristeza da saudade nos seus olhos, no seu rosto, pude sentir tudo isso no seu corpo, na sua alma e no seu espírito.
Viveram uma outra vida, onde os levou o ensejo de ultrapassarem a carne.
Ficou-lhes na boca o desejo de mais se conhecerem, de mais se envolverem.
No final houve o mundo... E ela aguardou com lágrimas que os dias passassem, dias que, por amor, foram o testemunho da negação da sua mais íntima e pura essência: a de viver o momento presente, o hoje sem a preocupação do amanhã, a mais pura felicidade perante a incerteza do que virá, bom ou mau.
Tiveram asas, mas não souberam voar.

Elogio ao Amor

“Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.
O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do “tá bem, tudo bem”, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso “dá lá um jeitinho sentimental”. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A “vidinha” é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”


Miguel Esteves Cardoso in Expresso

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Pearl Jam-Black



Acabei de rever todo o meu blog e é impressionante como algumas coisas deixam de fazer sentido depois de tudo! Não que eu seja uma inconstante, mas será possível encontrar alguém, que à partida nada tem a ver contigo e quando digo isto é porque não tem mesmo nada a ver contigo, e passadas poucas horas já não consegues viver bem sem o seu cheiro e o seu sabor? Como se fosse mel na minha língua... Sim, eu adoro mel.
Nunca consegui entender a distância entre um homem e uma mulher, muito menos agora. Eu sei que é errado. Tivesse ficado e a noite seria o bastante...
Também sempre achei que podia fugir do amor e que, se fosse realmente amor, ele me apanharia! Que verdades, que mentiras!!!
Mas a única dor, ou a dor mais terrível de todas era não sentir tudo isto.
Quando a alma quer... ela espera... Por amor, fé, sexo... e medo.
Já passa das 3h da manhã e apenas eu e o meu anjo...